O município de Vila Real de Santo António inaugurou este fim de semana três painéis toponímicos em vários pontos da cidade, com a presença do presidente da autarquia, Álvaro Araújo, e da vereadora com os Pelouros da Cultura e da Toponímia, Conceição Pires.
Estes painéis, da autoria da arquiteta Perpétua Almeida, têm vindo a contribuir bastante para a toponímia da cidade, baseados numa investigação profunda levada a cabo pelo historiador Fernando Pessanha.
Na manhã de sábado, foi inaugurado o topónimo «Rua dos Quadrilheiros», junto ao edifício da nova esquadra da PSP. Antecessores diretos da Polícia de Segurança Pública, os Quadrilheiros foram o primeiro corpo de ordem pública organizado em Portugal, criado por Carta Régia de D. Fernando I, em Lisboa, a 12 de setembro de 1383. A principal missão, destes grupos compostos por pessoas civis, era a salvaguarda da ordem e da paz nas cidades portuguesas, diferenciando-se pelo tipo de arma que utilizavam: a vara.
Inaugurada este domingo, na Ponta da Areia, em frente ao Grand Beach Club, encontra-se agora a «Rotunda Bateria da Ponta da Areia», símbolo das ruínas do baluarte da designada bateria da Ponta da Areia, uma estrutura defensiva que remonta à Guerra Fantástica, que opôs Espanha a Portugal, em 1762.
Em frente à Docapesca, foi também inaugurada a «Rotunda Bateria do Pinheiro», recordando os tempos em que os ataques da pirataria e as guerras com Espanha conduziram à instalação de um sistema defensivo constituído por um conjunto de baterias de artilharia costeiras e ribeirinhas destinadas a defender o extremo sotavento algarvio, nomeadamente, a praça de Vila Real de Santo António.
A Grande Batalha do Guadiana teve lugar a 8 de Junho de 1801, quando as tropas espanholas tentaram a invasão. O combate de artilharia, que durou quatro longas horas, opôs oito lanchas canhoneiras do exército adversário contra as baterias da Carrasqueira e do Pinheiro, enquanto o baluarte das Angústias e a torre de Canela combatiam contra as baterias do Medo Alto e da Ponta da Areia. O desfecho da batalha foi determinado pela operacionalidade dos artilheiros portugueses que, com precisão cirúrgica, abateram o comandante da artilharia espanhola e outros oficiais, sargentos e artilheiros.